Após mais uma noite de descanso, o Caminho de Santiago de Compostela segue rumo à Estella.
As setas atravessam o povoado em direção a ponte românica, do século XI, que cruza ao Rio Arga e dá nome ao vilarejo de Puente la Reina.
A construção da ponte é atribuída a uma rainha, não sabe-se ao certo se foi Dona Mayor, esposa do Rei Sancho “O Mayor”, ou Dona Estefania, esposa do Rei Garcia de Najéra. Mas sem dúvida, é a importância que a ponte desempenha desde a sua construção.
O local é lugar de parada obrigatória para fotos, pois é uma das mais belas pontes do Caminho Francês.
Assim, o Caminho segue entre pequenas plantações de azeitona e grãos, margeando a carretera NA-1110.
Ao longe já é possível ver no alto do morro o pequeno vilarejo de Cirauqui.
Após uma subida intensa, o peregrino se depara com uma pequena praça, onde pode-se beber um café, tomar uma água e descansar um pouco.
Há um pequeno albergue, com 28 camas, nesse povoado, boa opção para quem decidiu avançar um pouco e não parou em Puente la Reina.
O passeio pelas ruelas de Cirauqui é bem interessante, e o peregrino mais atento vai ter a oportunidade de selar a sua Credencial com um carimbo do pequeno vilarejo.
Descendo uma pequena ladeira o peregrino segue novamente no meio de plantações de trigo e aveia até o povoado de Lorca, tendo ainda a carretera como companheira.
A dificuldade nessa etapa do Caminho Francês é quase inexistente e o peregrino que dispuser de poucos dias disponíveis, vale a pena pensar em andar um pouco mais e assim ganhar mais tempo lá na frente. O tempo médio para finalizar essa etapa é de cinco horas.
O vilarejo de Lorca está a apenas cinco quilômetros de Cirauqui, mesmo sendo menor que o povoado anterior, pode-se encontrar dois albergues para repouso, com internet wi-fi, banho quente, serviço de bar e restaurante.
Para quem estiver com algum problema e esteja com dificuldade para caminhar, existe a possibilidade de se pegar um ônibus nessa cidadezinha, tanto em direção à Estella, quanto na direção à Pamplona.
Ao iniciar uma jornada como essa, o peregrino deve estar ciente que a fadiga muscular é muito intensa nas etapas iniciais do Caminho de Santiago, mas com o passar dos dias, o corpo vai se fortalecendo e se acostumando com o fardo diário.
Após cinco dias caminhando, o peregrino começa a conhecer outros peregrinos, que acabam se tornando companheiros de estrada.
Uma caminhada é mais interessante e animada quando acompanhada de uma boa conversa. Isso ajuda bastante a diminuir a distância e passar o tempo nas etapas.
Ao atravessar o segundo túnel por baixo da carretera, o Caminho chega aos arredores de Vilatuerta. Nesse pequeno povoado, há a possibilidade de abastecer o cantil na pequena fonte situada na praça da cidade.
A cidade de Estella não está a mais de 4 quilômetros e sem nenhum tipo de obstáculo mais difícil. A partir de Vilatuerta são apenas trinta minutos de caminhada para se chegar nos arredores de Estella.
Ao entrar na cidade, o peregrino já é agraciado com uma das mais belas construções da cidade, a Igreja do Santo Sepulcro, séc. XII ao XIV, com os santos apóstolos de Cristo decorando a sua fachada.
Há cinco opções de hospedagens em Estella. O albergue municipal, administrado pela Associação dos Amigos do Caminho de Estella, funciona o ano todo e possui cozinha equipada, internet, água quente, etc.
Estella possui um belo centro histórico para visitar. Sua origem se deu a partir do pequeno povoado Basco de Lizarra, seus habitantes eram em sua maioria campesinos e dependiam do Rei de Navarra.
Nos finais do séc. XI estava se configurando o Caminho de Santiago Real e para facilitar aos peregrinos a possibilidade de pernoite, nasceu uma nova cidade, Estella-Lizarra.
Em 1090, o Rei Sancho Ramirez outorgou isenção de impostos aos comerciantes que ali se instalassem, melhorando a assistência aos peregrinos.
A festa mais tradicional da cidade acontece no domingo que antecede o dia 30 de Novembro, dia de San Andrés, quando celebram a Feira do Gado.
Os homens participam da procisão, em homenagem ao Santo, vestidos de branco com faixas e lenços coloridos. Vão bailando ao som e ritmo de Wagner até a prefeitura.
Na gastronomia, “El gorrín assado” (leitão assado) com “Ensalada” e um saboroso vinho tinto, ou claro, procedente da região é a melhor indicação. Como sobremesa “Queso de Urbasa” e para facilitar a digestão um copinho de “pachará” (licor de anis com especiarias).
Para os dias frios, um prato de “calvotes”, feijões com toucinho, é a melhor opção. Na primavera, a sugestão é degustar “espárragos frescos” ou “menestra de verduras", que vem acompanhada de alcachofras e aspárgos entre outras verduras.
Há também os “pimientos del piquillo”, pimentões recheados de carne ou peixe, uma boa pedida em qualquer época do ano.
Abaixo você encontra a relação de albergues da etapa e a possibilidade de reservas, mais abaixo você pode deixar a sua crítica, comentário e sugestão. Abraços a todos e Buen Camino!