Com mais um carimbo em sua Credencial, o peregrino segue para mais uma etapa rumo à Santiago de Compostela.
Essa etapa não é tão dura quanto parece, apesar da subida íngreme do Alto do Perdão ser um pouco assustadora, é recompensada pela paisagem dos dois lados do vale, vista do alto do Morro.
Após desayuno, no albergue ou numa das excelentes cafeterias de Pamplona, o Caminho segue em direção de Cízur Menor. Deve-se seguir as marcações que continuam no chão das calçadas de Pamplona.
Ao chegar na outra extremidade da cidade, as setas amarelas aparecem novamente para mostrar qual o Caminho a seguir. Após atravessar parques, jardins e o Campus da Universidade da Navarra chega-se a Cízur.
Há um pequeno mercado no vilarejo, última oportunidade de comprar algo para comer nessa etapa, pois para frente as oportunidades diminuem. Aproveite para abastecer o cantil na fonte de água potável do vilarejo.
Chega-se o momento da longa subida, e logo saberá que o nome Alto do Perdão é bem apropriado para esse morro. Parece que a subida não acaba nunca.
Existem pontos de paradas na sombra, então aproveite esses momentos para recuperar o fôlego.
Ao chegar ao topo do alto do Perdão, não tenha pressa, faça outra parada para se recuperar, tire tantas fotos que puder e se prepare para a descida, que é tão temível quanto a subida.
O Caminho segue numa trilha de areia e pedras soltas, a inclinação desse lado do morro é maior que a subida.Utilize o bastão para se apoiar e evitar uma queda.
Esse trecho não é recomendável para os ciclistas, visto que em certos pontos a queda é inevitável, prefira descer pela carretera.
O Caminho segue melancólico entre plantações de trigo e aveia até o pequeno vilarejo de Uterga, que deverá estar totalmente vazio, pois nessa parte da Navarra o horário da“Siesta” é religiosamente cumprido.
A adaptação a cultura regional é muito importante, pois pode fazer muita diferença na hora da necessidade.
Aproveite sempre as oportunidades, quando quiser comer, pare e coma. Quando estiver com sede, pare e beba. Quando tiver vontade de ir ao banheiro, pare e vá. Lembre-se que, não há medalhas quando chegar em Santiago, apenas a satisfação pessoal de cada peregrino.
Então, fique esperto com o horário da “Siesta” para não ser surpreendido e esteja sempre pronto para as adversidades do Caminho, tudo que necessita deverá estar na sua mochila.
A situação do vilarejo de Muruzábal também não deve estar diferente, mas pode ser que a movimentação tenha aumentado um pouco. Nesse vilarejo, você terá duas opções de Caminho antes de chegar ao próximo.
A primeira, seguir o Caminho em direção a Obanos, e a segunda opção, fazer um pequeno desvio, de 4 kms, até a Igreja de Santa Maria de Eunates.
Para o peregrino que escolher a segunda opção, terá a grande oportunidade de visitar uma das poucas igrejas octogonais da Espanha e situada no Caminho Francês de Santiago de Compostela.
Nem sempre a Igreja está aberta a visitação, assim como o albergue de peregrinos que funciona em frente a ela.
A trilha tranquila, entre plantações de aveia e trigo, que separa Muruzábal e Obanos é bastante usada pelos anciãos dos dois vilarejos em suas caminhadas.
Pouco tempo depois chega-se em Puente la Reina. O albergue de peregrinos dos Padres Reparadores, com 100 camas, se encontra logo na entrada da Cidade.
O albergue conta com cozinha equipada, internet, ducha quente e uma área de descanso na parte detrás do prédio principal.
Nos restaurantes do vilarejo você encontra o tradicional menú del peregrino, com as variações de cardápio local. Há um pequeno mercado na Calle Mayor para repor as reservas de mantimentos.
Se a Igreja del Crucifixo estiver aberta vale a visita.
Abaixo você encontra a relação de albergues da etapa e a possibilidade de reservas, mais abaixo você pode deixar a sua crítica, comentário e sugestão. Abraços a todos e Buen Camino!