A etapa do dia marca praticamente a metade do Caminho Francês de Santiago de Compostela.
Algumas etapas podem parecer mais longas, mas a dificuldade da caminhada é mínima. Cabe ao peregrino saber os seus próprios limites para seguir adiante.
Diante disso, o Caminho segue para Carrión de los Condes, numa etapa plana, com retas infinitas e com pouca sombra. A estratégia é parar sempre que possível para descanso e hidratação.
A etapa começa com uma caminhada tranquila até Frómista. As setas amarelas acompanham o canal de Castilla, uma obra de engenharia do séc. XVIII, feito para transportar cereais de uma região para a outra.
Ao chegar no sistema de enclusas, que permitiam que um barco passasse de um lado para o outro do rio, com desnível de 14 metros, entramos no vilarejo de Frómista.
A cidade possui além de albergues, bares, restaurante, caixa eletrônico, farmácia, mercado, além do centro de informação turística e a Igreja de San Martin, séc. XI.
A Igreja impressiona com as suas formas perfeitas, arquitetura e pela cor que adquire sob a luz do sol.
Uma parada para fotos e um primeiro desayuno num dos bares locais é quase obrigatório.
Saindo de Frómista, o Caminho de Santiago segue paralelo a carretera local.
Duplas de pilares com a vieira jacobina, foram colocadas ao longo da estrada e serão companheiras de viagem por quase todo o percurso.
Os bicigrinos passam a toda velocidade aproveitando o uso da carretera e os motoristas de caminhões buzinam para saudar os peregrinos que seguem em fila pelo acostamento da estrada.
Chegando a Población de Campos, que conta com albegues, bar e mercado, o peregrino deixa pra trás os primeiros dez quilômetros.
Na saída do povoado, há uma placa indicando um Caminho alternativo, de dez quilômetros, até Villalcázar de Sirga e com o vilarejo de Villovieco como apoio.
Essa é uma boa alternativa para quem deseja evitar a tediosa carretera.
O Caminho Francês chega em Revenga de Campos, dois quilômetros e meio de Población seguindo pelo traçado principal, que conta com um pequeno bar na rua principal e a Igreja de São Lourenzo.
Não muito distante, apenas dois quilômetros mais a frente, já se alcança o vilarejo de Villarmentero de Campos, com albergues, bar e área de descanso na saída.
Quatro quilômetros adiante, o Caminho passa pela entrada do vilarejo de Villalcázar de Sirga, com albergues, bar, mercado e a Igreja Templária de Santa Maria la Blanca, séc. XII, construída na transiçao dos estilos românico e gótico.
Para quem escolher pernoitar em Villalcázar terá o privilégio de apreciar o esplendor da Igreja de Santa Maria sob a luz do sol no final do dia, descrevem que a sua tonalidade fica na cor de ouro.
Para os que seguem em direção a Carrión de los Condes, não falta muito para finalizar a etapa, apenas mais seis quilômetros do conhecido Caminho ao lado da carretera.
Assim a etapa vai chegando rapidamente ao seu final. Com a paisagem contínua e repetitiva da carretera, só sendo modificada com o surgimento de algum cruzeiro jacobino ou rotonda (rotatória) na estrada indicando a entrada dos vilarejos.
Como o acesso aos albergues em Carrión de los Condes normalmente só acontecem após às 14hs00, então não se apresse em terminar a etapa em menos de seis horas, o que facilmente pode acontecer.
Ao chegar num pequeno aclive, pode estar certo que Carrión está muito próximo.
A cidade conta com quatro albergues, totalizando 260 camas, restaurantes, bares, mercado, farmácia, lojas de utilidades, caixas eletrônicos e tudo que o peregrino precisar, inclusive uma loja de materiais esportivos.
O albergue paroquial administrado pelas Irmãs Agustinas é uma boa opção de hospedagem.
Além da receptividade e alegria que as irmãs recebem o peregrino, o albergue possui cozinha completa e equipada.
Uma ótima oportunidade para confraternizar através de ceia comunitária a alegria de encerrar mais uma etapa do Caminho Francês.