Após uma boa noite de sono, o peregrino se prepara para se despedir do último grande centro urbano do Caminho Francês de Santiago de Compostela.
Faltam apenas 311 kms para se chegar a Plaza del Obradoiro, em Santiago de Compostela, mais dez etapas.
Dependendo do horário que deixar o refúgio pela manhã, o peregrino ainda encontra jovens leoneses encerrando os embalos da noite anterior, andando cambaleantes pelas ruas e vielas da cidade.
Uma última visita a belíssima Catedral de León, para seguir o Caminho com a proteção do Santo Apóstolo.
Antes de deixar a cidade, as setas amarelas passam por todos os pontos interessantes e turísticos de León, como a Casa Botinee de Gaudi, o Palácio Renacentista do Guzmanes e mais adiante a Real Colegiata de San Isidoro, monastério em estilo românico consagrado a San Pelayo.
Por fim, passa-se em frente ao grande Museu e informador turístico de León, antigo hospital de peregrinos de San Marcos na Idade Média.
A fachada do prédio é impressionante, vale a pena apreciar e registrar a sua passagem por ali.
O Caminho se despede de León e segue em direção ao entorno da cidade.
Em menos de uma hora de caminhada se chega ao bairro Trobajo del Camino, onde se pode encontrar um bom lugar para desayuno.
Em Trobadajo é possível visitar a Igreja de San Juan Batista, séc. XVIII e XIX, e a ermita de Santiago, idade média, a única dentre quatro que foram construídas em homenagem ao Santo e que ainda está de pé.
Os próximos quilômetros seguem em ruas asfaltadas e paralelas a carretera nacional.
Uma pequena igreja com uma estátua de ferro que lembra São Miguel Arcanjo em sua fachada, quebra um pouco a monotonia da caminhada até Virgen del Camino.
Assim, 1/3 da etapa já está concluída e uma parada na cafeteria na beira da estrada é quase que obrigatória.
O fluxo de peregrinos aumenta e será muito comum encontrar bares e restaurantes cheios.
Existe uma informação, “não confirmada”, de que o peregrino precisa ter três selos distintos de cada etapa para poder receber a “Compostela”, principalmente aqueles que iniciam a etapa nos últimos 100 Kms, distância mínima exigida para receber o diploma em reconhecimento a peregrinação à Santiago de Compostela.
Uma boa jogada de marketing e de vendas, já que os peregrinos passam por todos os lugares possíveis e imagináveis em busca de um carimbo em sua Credencial.
As setas amarelas passam em frente ao Santuário de la Virgen del Camino, com suas treze estátuas na fachada, representando os 12 apóstolos e a Virgem Maria.
Esculpidas em bronze, com seis metros de altura e pesando setecentos kilos é uma obra magnífica de Josep Maria Subirachs, de Barcelona.
Na saída do povoado, uma placa informativa indica dois Caminhos alternativos, um até Villadangos e outro até Hospital de Órbigo.
Ambas as opções são mais longas do que o traçado original e fica ao critério do peregrino em pegá-los.
Os “Caminhos alternativos”, são boas opções para se evitar a carretera, mas carece cuidado, uma vez que são mais desertos e com pouca sinalização.
O peregrino que decidir seguir a alternativa, saiba que a distância de León a Manzarife é de 22 Kms e com três albergues para pernoite.
Passando pela fonte de El Cañín, encontra-se a bifurcação onde os “Caminhos” se separam.
Seguindo pelo Caminho principal chega-se as terras del páramo de Valverde de la Virgem e por seguinte a San Miguel del Camino, sempre por estrada paralela a carretera nacional ou local, onde se encontram alguns bares.
De San Miguel à Villadangos restam apenas sete quilômetros e um descanso antes de partir para a última parte da etapa vem em boa hora.
Há peregrinos que preferem seguir até Hospital del Órbigo, onze quilômetros adiante, porém, o albergue e a calma do pequeno vilarejo de Villadangos são um convite ao descanso.
Restaurantes, com internet wi-fi e menú del peregrino, estão próximos ao centro do vilarejo e uma visita a Igreja paroquial do séc. XVIII é recomendada.