Mais uma etapa se inicia e com nível de dificuldade parecida com a anterior.
O Caminho de Santiago segue a meseta em direção a Castrojeriz, em seguida a Puente Fitero, adentrando a região de Palência e finalizar a etapa em Boadilla del Camino.
Levando-se em conta que essas duas últimas etapas cobrem aproximadamente 60 quilômetros, podem ser adaptadas para três etapas no período de inverno.
Continuando o Caminho Francês, as setas seguem em meio a uma estrada de terra e posteriormente a carretera.
Após 6 quilômetros de caminhada chegamos as ruínas do Convento de San Antón, séc XV, onde a associação mantém um alojamento com 10 camas para peregrinos.
Ao longe já é possível ver as ruínas do Castelo sobre o monte em Castrojeriz, e seguindo pela carretera a distância é percorrida veloz e facilmente.
Castrojeriz, última cidade da região de Burgos, dispõe de boa estrutura para os peregrinos. Conta com três albergues, bares, restaurantes, farmácia e alguns lugares históricos para se visitar.
Como a ex Colegiata de la Virgen del Manzano na entrada do vilarejo, séc. XIII, a Igreja de Santo Domingo no centro histórico e para os mais curiosos as ruínas do Castelo de Murcia na parte de cima do monte.
Mas quem prefere a oportunidade para descansar, próximo a saída da cidade há uma taberna, com bandeira do Brasil, de Minas Gerais e de Pernambuco em sua fachada, onde é servido um bom bocadillo e vinho local.
Seguindo as setas amarelas em direção a saída da cidade de Castrojeriz, passamos pelo albergue de San Esteban, onde anteriormente funcionava a Igreja de mesmo nome, e pela Igreja de San Juan.
Nos arredores de Castrojeriz já é possível ver ao longe o próximo desafio da etapa.
Uma subida de 140 metros de desnível em menos de um quilômetro e meio. De longe não dá para ver por onde subir, mas ao se aproximar, fica nítida a dificuldade da subida, muito pior para os bicigrinos.
No final da subida, já no topo, o peregrino encontra um pequeno parador, equipado com assentos e uma boa sombra. Nada melhor que aproveitar o momento e apreciar a paisagem que ficou para trás.
Já com a respiração normalizada, o peregrino segue a já conhecida estrada entre a meseta e se depara com uma das mais impressionantes paisagens do Caminho Francês.
As terras de Campos, muito conhecida pelo sobrenome de Granero de Espanha, com riquezas naturais e minerais, são o orgulho da Comarca de Palência.
Esses campos estão repletos de mosquitos no verão e atravessá-los rapidamente e protegido é uma missão das mais desagradáveis, devido o calor e umidade.
Finalmente, após quatro quilômetros encontra-se um oásis no deserto da meseta. Uma pequena área de descanso com fonte de água potável disponível.
Não muito distante, segue-se novamente pela carretera em direção aos vilarejos de Itero del Castillo e posteriormente a Puente Fitero, ambos com albergue disponível.
O albergue de Puente Fitero é gestionado por voluntários italianos, bem pequeno conta com apenas 12 camas e funciona apenas na alta temporada.
A ponte que dá nome a localidade, marca a fronteira entre as terras da Comarca de Burgos e de Palência. Da antiga ponte não sobrou nada, mas a atual foi construída no séc. XVI.
Menos de um quilômetro adiante, o vilarejo de Itero de la Vega se apresenta com um pouco mais de estrutura, três albergues, bar e um pequeno mercado.
Ainda em Itero de la Vega, se têm a Ermita de Nossa Senhora da Piedade, séc. XIII, e a Igreja de São Pedro.
Continuando na estrada, segue-se novamente entre campos de cereal até avistar ao longe o vilarejo de Boadilla del Camino, o destino dessa etapa.
Interessante que ao saber que o final da etapa está próximo e a possibilidade de tomar um banho, de comer uma refeição, de saborear um vinho na companhia dos amigos, todas as força que o peregrino imaginava ter perdido de alguma maneira reaparece.
Boadilla conta com um albergue municipal com 12 camas e um centro de turismo rural com 48 camas, com piscina, restaurante e uma boa área de descanso.