Esta rota jacobeia tem a sua origem na cidade de Santiago, com a sua meta no cabo Finisterra e no Santuário da Virgem da Barca.
Quase desde a descoberta do túmulo do apóstolo Santiago no séc. IX determinados peregrinos decidiam prolongar a sua viagem até a Costa da Morte, que era para os antigos a ponta mais ocidental da Europa, a parte final de um itinerário marcado no céu pela Via Láctea.
A partir do séc. XII, o Códice Calixtino liga estas terras com a tradição jacobeia e assinala que os discípulos de Santiago viajaram à Dugium, atual Finisterra, buscando autorização dum legado romano para soterrar o Apóstolo em Compostela.
Chegando lá são encarcerados, logram em fugir dos seus captores, sendo quase alcançados, quando cruzam uma ponte que se espatifa ao passo da tropa romana que os persegue.
A tradição jacobeia de finisterra e galega fundamenta-se em duas das devoções mais populares da Galiza, o Santo Cristo, em Finisterra, e a Virgem da Barca, em Muxía, que segundo a tradição acudiu a este formoso lugar numa barca de pedra para dar ânimos a Santiago na sua predicação.
Relata a lenda que o apóstolo Santiago o Maior, na sua viagem de evangelização dos fins da terra, achava-se em oração na costa onde se encontra o santuário.
Viu chegar pelo mar uma barca toda de pedra, aparelhada com vela também de pedra. Na barca viajava Nossa Senhora que vinha confortá-lo e dar lhe forças, posto que o trabalho de estender a fé no seu Filho em terras tão afastadas era uma tarefa que superava as forças do discípulo.
Despois de um tempo de conversa, a Nau de Deus voltou a Terra Santa, deixando naquelas costas a barca, "pedra de abalar", e a vela, "pedra dos cadrís". Acredita-se que ambas as pedras são milagreiras.
Nesta lenda, muitos elementos coincidentes com outras similares, como a da Virgem do Pilar: O apóstolo afligido pela distância da terra e o esforço da predicação entre os pagãos, a Virgem que, uma vez se decata da sua circunstancia, vem confortá-lo e dar lhe ânimos e que deixa um testemunho de pedra da sua visita.
Também como a própria lenda da chegada dos restos mortais do Apóstolo: uma barca de pedra que subiu polo río Ulla, e que foi amarrada ao pedrón, também uma pedra relacionada com cultos pré-cristãos, neste caso uma arca romana oferecida ao deus Neptuno e que hoje se conserva como uma valiosa relíquia na igreja paroquial de Padrón.
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A Pedra de Abalar: é uma laje em forma triangular de grande tamanho. Existem na Galícia muitas pedras de abalar que podem servir como curandeiras ou ritos de iniciação. Em casos como o de Muxía, o esforço para abalar a pedra requer conhecer os pontos onde fazer a força necessária, ou converte num rito que reforça os laços comunitários, ou o sentimento de tribo, e o próprio abalamento poderia significar a resposta positiva da divindade aos ritos dos seus fiéis. Como o feito de que a pedra não abalasse, pode ser sinal de desencontros entre o deus e o seu clã, ou ameaça de desgraças futuras.
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A Pedra dos Cadrís: que recebe o seu nome pela sua forma, está relacionada com a fertilidade, e com as enfermidades dos quadris. O fiel que queira ser benzido pela Virgem, deve passar por de baixo da pedra. Unha manobra bem difícil de realizar e que tem um claro simbolismo de renascimento. Como a criança que nasce pelos quadris da mãe. Como afirma o estudioso e sociólogo José Luís Cebrián:
O seu nome deriva da expressão latina finis terrae, isto é "fim da terra". O cabo Finisterra, que se estende a sul-sudoeste da vila, situada cerca de 100km a oeste de Santiago de Compostela, é considerado por muitos o verdadeiro fim do Caminho de Santiago, havendo muitos peregrinos que após visitarem Santiago e a sua catedral, continuam a peregrinação até ao extremo do cabo.
Os monumentos mais visitados nessa cidade-vila de pescadores são: Castelo de São Carlos, Igreja de Nossa Senhora das Areias, Monumento ao Emigrante, Cemitério do Fim da Terra, Lota Turística e o próprio Farol de Finisterra.
A maioria das praias são de mar aberto e de forte ondulação, apropriadas para a prática de surfe, e outras, abrigadas pelo cabo, de águas tranquilas e cristalinas. Na generalidade, todas são estupendas para a prática de desportos náuticos como a natação, pesca desportiva, mergulho e vela.
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Praia de Langosteira — com quase três quilómetros de extensão, é a praia mais turística do município e a mais visitada da Costa da Morte.
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Praia de Talón — é uma praia de grande beleza, de águas cristalinas e tranquilas, de onde os peregrinos avistam pela primeira vez o cabo Finisterra.
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Praia de Corveiro — encravada na localidade, aos pés da Igreja de Nossa Senhora das Areias, é popular sobretudo entre os amantes de mergulho.
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Praia da Ribeira — situada em pleno centro histórico, ao lado do porto e do Castelo de São Carlos. É uma praia de grande beleza, antigo porto natural da vila, frequentada e usada por grande parte da população de Finisterra.
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Praia de Sardiñeiro — situa-se na localidade do mesmo nome, situado ao norte do município.
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Praia de Mar de Fóra — uma das mais belas da Costa da Morte é a mais importante das praias em mar aberto, muito perigosa e agreste; ali se registaram muitos mortos ao longo da história.
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Praia de Arnela — pequena praia encravada na costa, onde em dezembro de 1987 se deu o naufrágio do Cason. É uma praia perigosa, mas de grande beleza.
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Praia de Rostro — a maior do município, com cerca de três quilómetros de extensão, é também a mais perigosa e uma das mais belas.