Essa etapa é curta por um simples motivo, albergue. A guia que trazia comigo não informava nada respeito de outro local antes de Oliveira de Azeméis, o que dariam mais de trinta e seis quilômetros de caminhada.
Posso dizer que não curti muito dessa idéia, então o próprio guia indicava ficar em Albergaria-a-Velha. Então pra que reclamar?!
Após o pequeno-almoço de Hotel cinco estrelas no albergue, com direito a um sanduiche para a viagem é hora de seguir rumo à Santiago de Compostela, mas sem esquecer as roupas que foram para a lavanderia.
O atendimento do albergue de peregrinos de Águeda foi de primeira qualidade, mesmo com os valores diferenciados dos hóspedes do hotel, fomos tratados da mesma maneira. Muito interessante à iniciativa do Hotel Celeste em atender os peregrinos que rumam à Santiago.
A orientação dada pela proprietária do albergue era seguir pela estrada nacional até encontrar a primeira seta amarela, um pouco depois do Mc Donald’s. Nada complicado pra quem já tinha chegado até ali.
A primeira seta aparece do lado esquerdo da estrada, pintado no muro de uma empresa, mas um pouco a frente, do lado esquerdo da estrada, bem no cruzamento, é possível ver um morrão com o tradicional azulejo com a seta amarela e a vieira, depois é só continuar seguindo as mesmas até Albergaria-a-Velha.
Como a etapa é curta não é preciso pressa, afinal o albergue em Albergaria-a-Velha só abre após as 14hs. O bom é que nessa primeira parte há bastante estrutura, um Mc Donald’s e vários cafés durante o percurso, então mesmo que o peregrino não opte por tomar o café da manhã no albergue ele terá muitas opções nos primeiros quilômetros de caminhada.
O peregrino segue pela Rua Liberdade onde é possível encontrar outros locais para descanso e café, além de poder apreciar vários murais de azulejos decorativos, arte típica portuguesa e que só podem ser visto nessas áreas.
Ainda em Mourisca do Vouga é possível visitar o Museu Etnográfico da Região Vouga. O Museu depende do Grupo Folclórico Regional, foi fundado em quatro de Julho de 1977 e onde conserva as tradições da região.
Um pouco adiante é possível ver o exemplo da arte sobre azulejos numa pequena fonte no Largo Sebastião Saraiva Lima, só não sei se a água é própria para o consumo, pois não havia nenhuma indicação e a mesma não estava funcionando. Não muito distante é possível descansar numa padaria e tomar outro pequeno-almoço ou até tomar uma bebida gelada para refrescar.
O peregrino segue para fora dessa pequena localidade e atravessa mais uma vez a estrada nacional N-1 e segue por Pedaçães até Lamas do Vouga, todo esse trecho é de asfalto e com um bom fluxo de carros transitando durante o dia, tendo que o peregrino ter muito cuidado, se possível andar com o colete reflexivo.
Na saída de Pedaçães as setas amarelas cruzam novamente a nacional N-1 e seguem num pequeno trecho de trilha paralela a estrada. No início não dá para perceber, mas se o peregrino seguir pelo acostamento da estrada verá que essa trilha é a antiga Ponte Medieval do Marnel, que além de bem conservada é muito bonita.
As setas novamente passam pela estrada nacional e indica que o peregrino deve seguir pelo acostamento até atravessar o Rio Vouga. Infelizmente não há alternativas para esse trecho, visto que uma antiga ponte que ligava a estrada Real ao outro lado do rio não existe mais.
Era um Caminho mais longo, mas aparentemente mais seguro, já que tirava o peregrino do acostamento da estrada nacional. Como não tem como reclamar, o jeito é colocar o colete reflexivo, rezar e caminhar o mais rápido possível para passar esse trecho.
Em seguida as setas se dirigem para a esquerda e seguem novamente pela estrada Real, aí nesse ponto é possível parar uns instantes num pequeno Café-Bar na beira da estrada, um convite ao descanso.
As setas agora se encontram na localidade de Serém, onde o peregrino atravessa todo o povoado pela Rua Central e acessa uma estrada de terra à esquerda cercada por eucaliptos, mais uma área de reflorestamento e manejo sustentável.
Após caminhar uns dois quilômetros por entre os eucaliptos, as setas levam o peregrino para os arredores de Albergaria-a-Velha pela N16-2.
Logo na entrada da vila é possível ver um grande mercado Intermaché, o que por impulso possa induzir o peregrino a comprar mantimentos nesse mercado, mas há outras opções mais próximas ao Albergue de Peregrinos.
Além do novíssimo Albergue de Peregrinos – Rainha D. Teresa, a cidade conta com todos os serviços disponíveis, cafés, padaria, bar e restaurante, centro de saúde, farmácia, bancos e ATM.
A Igreja Paroquial de Albergaria-a-Velha fica fora do traçado do Caminho Português e um pouco depois do novo albergue, então aproveite para visita-la após a sua chegada.
É bem possível que o peregrino chegue a Albergaria-a-Velha antes da abertura do albergue de peregrinos, então uma das melhores opções e foi essa a tomada pelas amigas peregrinas americanas, é de almoçar em um dos vários restaurantes ou cafés espalhados pela cidade.
Bem próximo ao albergue existem pelo menos sete opções, três na mesma rua e outros nas ruas adjacentes. Escolha o melhor cardápio e adiante o cronograma, pois assim que o albergue tiver aberto será a hora certa para um cochilo.
O Albergue de Peregrinos Rainha D Teresa é municipal e funciona para apoio aos Peregrinos com a colaboração da associação Via Lusitana.
Dedica-se em exclusivo ao APOIO DE PEREGRINOS e o custo do pernoite é de 8€, dispõe de cozinha completa, sala de estar e convívio, pátio com sombras para relaxar em dias quentes, garagem para guardar bicicletas, wi-fi e computador para utilização gratuita.
Os peregrinos podem pernoitar numa das 21 camas disponíveis, distribuídas por três quartos no mesmo andar, onde se encontram banheiros masculinos e femininos.
O hospitaleiro Joaquim Donário abre as portas do albergue pontualmente às 14hs, além de passar informações sobre o albergue e da cidade, Joaquim ainda passa algumas dicas das próximas etapas do Caminho Português, o que é sempre uma boa!
Após as rotinas diárias de todo peregrino ao chegar num albergue é chegada a hora de desbravar um pouco da pequena Albergaria-a-Velha, que apesar de ser pequena tem algumas atrações a serem vistas, como o pequeno Cineteatro Alba, a Praça Ferreira Tavares e a Igreja Paroquial.
Apesar de serem todos próximos, há um pequeno desvio a esquerda para se a Igreja Paroquial, se informe com o hospitaleiro ou veja os detalhes no mapa.
No albergue também é possível curtir e compartilhar algumas garrafas de vinho, ou no pátio exterior ou na sala de convívio no interior, caso esteja chovendo.
Etapas curtas são boas para que o peregrino consiga se organizar e descansar um pouco mais. Nessa etapa uma das melhores surpresas foi justamente encontrar um albergue novo e com um hospitaleiro-peregrino, isso faz muita diferença para a peregrinação de qualquer um.
As setas amarelas se encontram cada vez mais próximas a cidade do Porto, ali diferentes Caminhos seguem rumo a Catedral de Santiago de Compostela, um Caminho segue pela Costa, outro Caminho pelo Interior. É chegada a hora de o peregrino decidir qual Caminho irá seguir.
Próxima etapa, Oliveira de Azeméis!