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Caxarias à Ansião - 32 km.



A etapa deve ser iniciada cedo, pois não há como obter o pequeno almoço no Quartel dos Bombeiros Voluntários de Caxarias e a única opção é retornar ao centro da vila para isso.

É claro que se o peregrino tiver algo em sua mochila pode utilizar as dependências da corporação.

A primeira seta poderá ser encontrada na saída do alojamento, no muro do lado direito do quartel. Tem uma pequena trilha e ali começa a etapa, qualquer dúvida é só perguntar aos bombeiros que eles indicam a direção a seguir.

Uma dica muito importante é ficar com os olhos bem abertos para não perder a indicação das setas amarelas, pois por incrível que pareça qualquer descuido e elas simplesmente somem, e no meu caso isso aconteceu diversas vezes.

Como abusei do uso do GPS dessa vez, simplesmente seguia as sugestões do aplicativo e logo as encontrava novamente, mas nunca poderei saber se estava no Caminho certo ou errado!

Alguns peregrinos me disseram no Santuário de Fátima que não importava realmente qual o Caminho você seguiu pra chegar a Fátima ou Santiago de Compostela, pois com tantas variações e indicações no Caminho Português e Caminho de Fátima, o destino final era o que realmente importava.

A sensação de estar perdido no meio do nada era muito comum em alguns trechos, pois as setas amarelas não apareciam com tanta frequência, mas como eu sabia que deveria seguir sempre para o norte, assim o fiz.

Outra coisa que não é muito comum é encontrar alguém para perguntar sobre o Caminho Português de Santiago, os locais sabem indicar o Caminho para Fátima, mas Santiago não é tanto difundido por essas bandas e quando você informa que está indo para Espanha, ficam até admirados, surpresos e espantados com essa ideia.

Como essa etapa é uma variação do Caminho Português, pois na verdade o Caminho Português Real passa paralelamente por essa rota, passando por Golegã e Tomar, então é compreensível a desinformação nesse trecho.

Enfim, eleve suas orações ao apóstolo, siga sempre as informações e indicações que tiver, no pior é só seguir a N-350 e N-348 que dá tudo certo também!

Digo isso, pois mais uma vez me perdi nos arredores de Fonte Fria e tive que seguir pela estrada. Em algum ponto fiquei andando em círculos e não encontrei a indicação do Caminho a seguir, então a alternativa foi seguir a estrada. Isso me custou mais quatro quilômetros na etapa.

E assim começa mais uma etapa rumo à Santiago de Compostela!

Depois de refazer o mapa e comparar anotações identifiquei o local onde me perdi, Rua da Portela nos arredores de Fonte Fria. Como não adianta chorar sobre o leite derramado e como o Caminho se faz caminhando, acho que valeu a pena ter chegado a Ansião e isso foi o que realmente importou para mim.

A indicação em azul no mapa foi o caminho que eu segui e em amarelo o Caminho indicado pela Associação dos Caminhos de Fátima.

Avaliando o mapa, pode-se ver que seguindo o leito do Rio Nabão também se chegará a Ansião. Então eleja a melhor rota e Buen Camino!

No meu caso, talvez tenha sido o Caminho indicado, me deu a oportunidade de conhecer uma churrascaria na beira da estrada e alguns vilarejos não tanto visitados, mas a experiência e o esforço é o que realmente importa.

Acho que o mais marcante nessa etapa foi a chuva que de tempos em tempos caía, fazendo com que eu parasse para colocar a capa e tira-la depois de algum tempo, pois uma das coisas boas de ter feito o Caminho Português em outubro foi a temperatura, nem muito quente e nada de frio, mas com muita umidade o que me fez suar como nunca!

Como me perdi na metade do caminho e decidi ir pela carreteira, tive que vestir o colete reflexivo amarelo por segurança.

Ainda me lembro do local onde perdi as indicações das setas amarelas, após 16 km de caminhada, achei até estranho no momento, pois achei que estava andando em círculos, mas na verdade estava era saindo do Caminho.

Acionei o GPS e segui a rota demarcada pelo aplicativo seguindo pela N-350. Um pouco mais a frente é possível encontrar outra seta amarela indicando novamente o Caminho a seguir.

Aproveitei o desvio no percurso para almoçar numa churrascaria na beira da estrada chamada Casa Rodrigues, onde o local é uma mistura de mercado e restaurante.

A paisangem semelhante é apenas uma mera coincidência!

Como estava com fome e perdido, decidi dar uma parada para resolver o problema da fome, depois eu resolvia o problema do percurso até Ansião.

O desvio valeu a pena, pois a comida era muito boa e o valor como sempre muito melhor. Após o almoço resolvi seguir pela carreteira, ainda sentia as dores da tendinite na canela, não sei se foi melhor ou pior.

Comparando o desvio que fiz e o Caminho oficial demarcado, me parece que os Caminhos são equidistantes, é claro que, como estava caminhando pela carreteira as opções de bares e restaurantes eram abundantes. O que foi um alívio, mas que me custou bastante tempo para chegar a Ansião.

Numa dessas paradas, em uma pequena vila, entrei no primeiro bar que vi, olhei para todo o canto e nada de encontrar o responsável, esperei uns dez minutos e nada de aparecer uma alma para me atender.

O dono do bar do outro lado rua, um pouco mais a frente viu que eu havia entrado ali e foi me buscar dizendo que dificilmente eu seria atendido, pois o responsável simplesmente saiu e deixou o bar abandonado. É claro que eu já estava de saída, pois já pensou ficar esperando para ser atendido e nada?!

Já estava bastante cansado e não via a hora de chegar a Ansião, uma pequena olhada no guia do Caminho Português que trazia comigo indicava alguns locais para o pernoite na cidade. É! Agora eu estava de volta ao traçado do Caminho Português Central e já podia consultar o guia novamente.

Um alívio, ou não! Mas pelo menos eu tinha algumas opções... De qualquer forma em Ansião também há uma corporação dos bombeiros voluntários de Portugal, onde eu poderia me alojar mais uma noite com certeza.

De qualquer forma esperava encontrar algo mais confortável para passar a noite. No total foram 10 horas de caminhada e 32 km de percurso, com uma tendinite que não me ajudava em nada, apesar de ter deixado todo o peso extra em Fátima, eu simplesmente já pensava em mandar mais coisas para Santiago ou simplesmente pegar ônibus em algumas etapas.

Mas esse pensamento não agrada nada ao peregrino, então a única coisa que pode se fazer é caminhar, devagar e sempre. Assim se faz o Caminho, caminhando!

O Caminho pela estrada não oferece muitas atrações, ao contrário do que o traçado original oferece, menos carros e mais árvores, além de que o terreno é muito mais suave com os pés.

Topografia da 7ª etapa do Caminho Português

A chegada aos arredores de Ansião de ambos os traçados será pela Rua Dr. Vitor Faveiro, nessa rua, o guia indicava um local para pernoite de peregrinos, Residencial Nova Estrela, mas como estava chovendo muito e o local parecia fechado para obras resolvi ir direto para os Bombeiros Voluntários, onde fui acolhido pagando uma doação de €5.

A guarnição de Ansião mantém um quarto separado para acolher os peregrinos, com beliches e roupa de cama, além de acesso a cozinha equipada e aos banheiros. O alojamento do pessoal em serviço fica nos andares superiores.

Como cheguei às 19hs, no horário do jantar de alguns brigadistas, fui convidado para me juntar a eles durante a refeição. O que foi um alívio, já que estava literalmente “morto”!

É claro que essa foi só mais uma etapa de transição, mas como decidi passar no Santuário de Fátima, era isso ou pegar um ônibus de Tomar a Fátima, ou até percorrer a nova rota de Tomar a Fátima chamada de Caminho Nascente de 29 km.

Enfim, meu planejamento até ali estava dando certo, agora é seguir o traçado do Caminho Português Central até o Porto, onde de lá pode ser pego o traçado da Costa ou continuar pelo Caminho Central.

Muitas opções, mas até o Porto ainda faltam algumas etapas, ainda há muito a percorrer e muitos lugares para visitar. A melhor coisa que o peregrino pode fazer é descansar, se recuperar e continuar caminhando.

No meu caso, irei diminuir um pouco o ritmo de caminhada, aproveitar mais o dia e descansar. Afinal não sei se conseguirei chagar a Santiago de Compostela com essa tendinite. Vou aproveitar os emplastros que ganhei de presente, usar a velha e boa mandinga de peregrino, Ibuprofeno + pomada de diclofenaco + gelo + descanso – quilômetros de caminhada.

Próxima etapa segue pelo Caminho Português Central e você pode acompanhar as etapas clicando aqui!

Fotos da Etapa:











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